segunda-feira, 27 de abril de 2009

Meu medo...



Meu medo de escrever tinha um único motivo:
Logo eu que não sou íntima de nomes e denomes, teria, um dia, que dizer o que escrevo.
E dizer que escrevo textos ou histórias não adiantaria. Teria que dizer se escrevo contos, ou escrevo crônicas, ou poemas, quem sabe. Teria que dizer se sou realista ou romancista, naturalista ou barroca.
Não sou.
Não escrevo mais do que frases, às vezes nem mais do que palavras.
Meus textos serão sem nome e sem renome, como eu. Com eventuais apelidos, que aceitem ser chamados de título.
Nem só meus textos seriam atingidos pelos impiedosos nomes - que não fazem distinções entre o que nomeiam; mas eu seria uma escritora, boa ou má, mas uma escritora. Talvez até seja melhor ser uma má escritora, porque assim todos aqueles que têm bom senso não me chamariam assim.
Não é que eu seja contra os escritos ou escritores; aliás, bem ao contrário, gosto de muitos. Mas eu não sou uma escritora e o que escrevo são apenas textos.
E mesmo com tudo isso, alguém vai acabar de ler dizendo que leu uma crônica muito esquisita, dia desses.